domingo, 18 de setembro de 2011

Dois apaixonados - III


Enfim, para a surpresa e alegria de Sophia, Pedro aparece. Ao ver Pedro, Sophia sabe muito bem o porquê de gostar tanto daquele homem maduro com cara de moleque. E eles se abraçam e se beijam, não aquele beijo caloroso como antigamente, mas o suficiente mas deixar claro que ainda estão juntos. 
Sobre o suposto desaparecimento de Pedro, Sophia nada fala, apenas deixa o coração guiar. Ela sabe o quanto ele a ama e o quanto ele a quer bem, mas o problema é que ela precisa de mais, bem mais. 
E mais uma noite juntos, eles passam - abraçados... se amando como se a distância passada nada tivesse afetado -. A felicidade de Sophia está estampada em seu sorriso, pois o carinho e cuidado que Pedro tem com ela, ninguém mais terá. Os dois apaixonados sabem que apenas um ao outro podem se cuidar.
O dia clareia e Pedro se vai antes que Sophia acorde, pois ele sabe o quanto a sua menina sente ao vê-lo partindo. Mas antes de partir, ele deixa grudado na parede um papel com a pergunta: Você está feliz?!


É. São apenas palavras.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Dois apaixonados - II


Em mais uma tarde fria, Sophia espera. Ela não vê outra escolha a não ser desabafar com o seu fiel amigo. Ela está lá, na janela, em prantos, soluçando ao tentar explicar o porquê do seu coração está tão dilacerado. Mas isso não é o que ela queria; ela queria mesmo era gritar na cara de Pedro e falar o quão ele está fazendo-a sofrer e o quanto ela precisa dele. 

É. São apenas palavras.

Dois apaixonados


Um homem e uma menina. Um feito de sentimentos e uma carente de amor. Um dono da verdade e uma em busca de respostas. Dois sonhadores. Dois apaixonados. 
Não há quem diga que eles não se amam e, realmente, eles se amam e muito. Mas as diferenças, o tempo, a distancia, as palavras... já não são mais seus amigos. E são esses amigos que fazem a menina, a carente de amor se debruçar em lágrimas ao sentir saudades. 
O 'eu te amo' do homem já não faz mais a menina sentir borboletas na barriga; a mensagem da manhã já não a faz sorrir, o aniversário de mais um mês de namoro já não é mais motivo de tanta comemoração.
Porém, há os sonhos, aqueles de casar e ter filhos com o homem, o dono da verdade, que fazem a menina sorrir. E é em busca desses sonhos que a menina espera o feito de sentimentos chegar... não precisa ser com um buquê de rosas ou chocolates, precisa ser apenas de braços abertos e dizendo que estava morrendo de saudades. Isso basta!


É. São apenas palavras.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Palavras vazias

Estou tentando segurar as lágrimas, mas são inevitáveis. Não que eu tenha motivo ou algo do tipo, é que na verdade, eu apenas estou cansada. Estou cansada das "diferenças" que enfrento em minha casa, das críticas que recebo sobre o meu namoro, das pessoas que apenas veem meus defeitos, do esquecimento dos meus amigos, dos sonhos não realizados, do meu fracasso no vestibular, da inutilidade de certas pessoas... estou cansada de estar cansada.
 Necessito de novos ares e novos amigos.  Prometo-me mudar e ser feliz.  


Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre - Charles Chaplin


É. São apenas palavras.


quinta-feira, 10 de março de 2011

Carta - Dois

Meu amor,

Essa será a última vez que escrevo para ti, não porque eu não quero, pelo contrário, amo escrever, pensar em você, imaginar você nos meus mais loucos pensamentos. Nunca pude imaginar que amaria tanto alguém, que poderia entregar-me desta forma. Você entrou na minha vida, no meu coração sem pedir licença e da forma mais rápida possível. Você era o meu feito, a minha felicidade. (...)
Lembra das tardes que passávamos juntos? Você e eu abraçados na praia vendo o sol se pôr? E o que eu mais desejava era parar naquele momento... Meu Deus, como aqueles momentos eram especiais!
Você fazia esquecer-me dos problemas, do quanto a vida é traiçoeira. Quando você me abraçava, eu podia sentir o seu coração pulsar, não tinha "coisa" melhor do que sentir você pertinho de mim. Porque era você, o meu amigo, companheiro, pai, namorado, você era o meu amor e eu, a sua amada. Jamais esquecerei do seu sorriso encantador, do seu olhar sedutor, daqueles detalhes do seu tórax, da sua jogada de cabelo, das suas piadas sem graça - que por sinal, faziam-me morrer de rir -, dos seus abraços mais apertados, das suas mãos nos meus cabelos, dos seus braços fortes, dos seus beijos... (...)
Tudo que escrevo nesta carta é para você saber que eu te amo e o quanto eu queria você perto de mim. Mas a vida é desleal, nós tínhamos planos para o nosso presente e futuro, porém tudo isso foi arrancado de mim da forma mais bruta possível.
Desculpa, meu amor. Eu sei que você torce por mim, mas já não tenho forças para suportar isso. Está me machucando demais. E eu pensei que só o seu amor seria o meu porto seguro, mas agora sei, que nem ele está suportando. Eu gostaria de escrever inúmeras páginas, mas já não possuo forças nas mãos... Perdoe-me pela minha fraqueza e egoísmo.
Eu te amo.

Beijos e siga em frente, com muito amor
Lisa.

Com muito esforço, Lisa consegue desligar os aparelhos que a mantém viva... lágrimas rolam pela sua face e enfim, ela desfalece.



- Mayara Tavares (13.05.08)

segunda-feira, 7 de março de 2011

"... acredite nas verdades que digo e também nas mentiras..."

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.

Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!


(Martha Medeiros)




É porque eu gosto deste texto. ;)