quinta-feira, 10 de março de 2011

Carta - Dois

Meu amor,

Essa será a última vez que escrevo para ti, não porque eu não quero, pelo contrário, amo escrever, pensar em você, imaginar você nos meus mais loucos pensamentos. Nunca pude imaginar que amaria tanto alguém, que poderia entregar-me desta forma. Você entrou na minha vida, no meu coração sem pedir licença e da forma mais rápida possível. Você era o meu feito, a minha felicidade. (...)
Lembra das tardes que passávamos juntos? Você e eu abraçados na praia vendo o sol se pôr? E o que eu mais desejava era parar naquele momento... Meu Deus, como aqueles momentos eram especiais!
Você fazia esquecer-me dos problemas, do quanto a vida é traiçoeira. Quando você me abraçava, eu podia sentir o seu coração pulsar, não tinha "coisa" melhor do que sentir você pertinho de mim. Porque era você, o meu amigo, companheiro, pai, namorado, você era o meu amor e eu, a sua amada. Jamais esquecerei do seu sorriso encantador, do seu olhar sedutor, daqueles detalhes do seu tórax, da sua jogada de cabelo, das suas piadas sem graça - que por sinal, faziam-me morrer de rir -, dos seus abraços mais apertados, das suas mãos nos meus cabelos, dos seus braços fortes, dos seus beijos... (...)
Tudo que escrevo nesta carta é para você saber que eu te amo e o quanto eu queria você perto de mim. Mas a vida é desleal, nós tínhamos planos para o nosso presente e futuro, porém tudo isso foi arrancado de mim da forma mais bruta possível.
Desculpa, meu amor. Eu sei que você torce por mim, mas já não tenho forças para suportar isso. Está me machucando demais. E eu pensei que só o seu amor seria o meu porto seguro, mas agora sei, que nem ele está suportando. Eu gostaria de escrever inúmeras páginas, mas já não possuo forças nas mãos... Perdoe-me pela minha fraqueza e egoísmo.
Eu te amo.

Beijos e siga em frente, com muito amor
Lisa.

Com muito esforço, Lisa consegue desligar os aparelhos que a mantém viva... lágrimas rolam pela sua face e enfim, ela desfalece.



- Mayara Tavares (13.05.08)